quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Bandolero

No dicionário Larousse da língua castelhana:
Bandolero: salteador de caminos,

O Capitão América Adílson tinha grande técnica. Mas a saga do Grêmio operava em meados dos anos 90 com um bandolero, que saía da área para matar a jogada. Esse homem era Rivarola.
Um homem corpulento, com olheiras bem marcadas, cara de bandido. Um zagueiro de respeito. Veio do Talleres de Córdoba, clube da segunda divisão argentina, o que só depõe a se favor.
Havia um torneio de meio de ano que reunia os clubes campeões do mundo naquela época: Grêmio, Flamengo, Santos e São Paulo. Em uma partida entre Grêmio e São Paulo, Rivarola deu uma tesoura em Juninho e tomou cartão vermelho. Os repórteres questionaram Rivarola e ele lascou, explicando que a expulsão foi injusta: “Fue con buena intención”
Imaginem se fosse “con mala intención”.
Hoje, Rivarola tem uma revenda de carros usados no Paraguai. Continua um bandolero.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Scotta, recordista platino no Grêmio




Ao ouvir o nome Scotta, muitos se lembrarão de Néstor Scotta, o argentino que marcou o primeiro gol do Campeonato Brasileiro, jogando pelo tricolor em 1971.
Porém, o que poucos se recordam é que seu irmão, Hector Horacio Scotta, também envergou o manto sagrado entre os anos de 1976 a 1979. Atuando pelo Grêmio em 88 partidas, o atacante argentino marcou 44 vezes e fez parte do grupo Campeão Gaúcho de 1977.
Ele já era um nome consagrado ao chegar ao Estádio Olímpico. Havia marcado 60 gols na temporada anterior, a maioria deles com sua patada de perna direita, defendendo as cores do San Lorenzo de Almagro. Este ainda hoje é o recorde de gols em uma temporada na Argentina. Nem Pelé e Maradona balançaram tantas vezes as redes em um único ano. Por isto, Scotta é um dos grandes ídolos de "los cuervos".
Ao completar 30 anos de sua façanha, em 2005, Hector Scotta declarou ao jornal El Clarín:

"Los superé a todos, pero como soy Héctor Scotta la gente no lo reconoce. ¡Ojo! Maradona fue el mejor del mundo, Pelé lo mismo. Scotta hizo 60 goles en un año y nada más.... Si un domingo no hacía un gol, volvía a casa amargado."


O Grêmio precisa de jogadores deste naipe.










 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Matemática Tricolor


Santa Rosa era uma cidade majoritariamente colorada no início dos anos 90. Lembro-me que em uma turma do colégio, de 36 alunos, havia apenas cinco gremistas. É um fenômeno difícil de explicar, quanto mais, considerando-se a descendência germânica de grande parte da população. Alguns diriam que lá a terra tem a cor vermelha, porém os geólogos argumentam que isto só se deve à alta quantidade de ferro no solo e nas rochas.
Pouco interessa. O importante para mim, ao menos, é que os gremistas se forjavam num ambiente hostil, o que os tornavam ainda mais aguerridos.
Neste tempo, eu tinha um professor de matemática gremista fanático. A barriga pronunciada e as olheiras denunciavam seu gosto pela cerveja. Tratava-se de um alemão oriundo de Rio Sem Peixe, interior do município de São Paulo das Missões. Conta a lenda que ele tinha muita sede na hora da partida do Grêmio, e não enxugava menos que uma caixa quando seu time do coração jogava.
Com seu destacado sotaque alemão, fazia frases de efeito: “Aluno é que nem papel hichiênico, ou tá enrolado ou tá cacado”.  Quando perguntavam se poderia se utilizar a calculadora na prova, ele lascava: “Sim, metate da nota pra ti, a outra pra caculatora”.
Não obstante a grossura, era uma pessoa correta e justa e, mais importante, um excelente professor de matemática.
No ano em que o Grêmio estava disputando a segundona pela primeira vez, a classe, quase toda colorada, tirava onda do professor (lembrando que naquela época, o Inter não tinha campeonatos internacionais). Ele não se michou: “Era o único título que nos faltafa” Eles calaram a boca. Hehehe.